terça-feira, 15 de abril de 2008

Mochilão 2008 - Chegada

01 Março 2008 - Sábado
Dia 01

É estranho quando uma coisa de quando você é criança adorava, se tornar uma amálgama de stress, medo, tensão e desgaste. Essa coisa se chama aeroporto, e seu principal morador, ou melhor visitante: o avião. Até o dia em que eu precisei viajar para Goiânia à trabalho viajar de avião era algo até divertido. Hoje qualquer turbulência, curvas e solavancos, são motivos de nervosismo e inquietação. Somado a isso, ainda existe a tensão pré-vôo, de imaginar que vou perder o vôo, e a tensão pós-vôo, de que minha mala teria sido extraviada. Mas tudo bem... 12 horas conhecendo os principais aeroportos do Brasil me fizeram conhecer meus principais amigos de viagem antes mesmo de começá-la. Já em Guarulhos, durante a caminhada entre uma aeronave e outra, conheci um camarada que estava indo para Porto Alegre "para terminar um namoro". Forma bem cara de se terminar um relacionamento. Após a conexão em Porto Alegre, tive o desprazer de ver sentada, de forma bem confortável em meu assento, uma senhora portenha que insistia que esse era seu lugar. Falando alto e de forma decidida de que aquele era seu assento, solicitei ao comissário que meu lugar fosse trocado, sem ônus para a companhia, já que a mesma tinha tanta certeza, creio que o meu bilhete estivesse errado.
Coincidência, minha nova vizinha de assento havia passado pelo mesmo problema e solicitado a mesma solução aos comissários. Estavamos lá duas pessoas na mesma situação cômica trocando conversar sobre a viagem que começava. E assim fiz minha primeira amizade: Karla, uma paulista que morava em Porto Alegre, e que estava indo para Buenos Aires estudar espanhol durante duas semanas, outra coincidência.
Aeroporto Internacional de Ezeiza, Buenos Aires, 11:40. Há 35 km do centro de Buenos Aires, a média de tempo de percurso até lá é de 40 minutos, através da auto-estrada, logo a opção mais confortável e mais segura para quem estava viajando pela primeira vez foi o taxi. Ainda no aeroporto tive o prazer de rever uma grande amiga minha, Marcela, Argentina de Buenos Aires que conheci numa mochilada inversa a minha. Ela já fora ao Brasil diversas vezes e a conheci em uma dessas quando estava de passagem pelo Recife.
Karla aproveitou para pegar uma carona no mesmo taxi, já que tanto o bairro onde estava o hostel Che Lagarto quando a casa de família onde ela iria ficar hospeda estavam no mesmo sentido.
E lá estava, Hostel Che lagarto Buenos Aires, um de dez de uma mesma rede de albergues particular que tem hostels em vários paises da América do Sul, inclusive Brasil, todos credenciados pela Hostelling Internacional, ou Albergue da Juventude, a maior e mais respeitada rede de albergues do mundo. Primeira impressão de quem nunca tinha ficado em um albergue fora de estranheza, talvez não que tenha sido culpa do hostel, mas sim da ansiedade acumulada de mais de 6 meses de planejamento desde a idéia ter brotado na minha mente até aquele exato lugar. Alí, depois de ter ouvido muitas palavras de reprovação e dúvidas sobre o sucesso da viagem, durante os seis meses de seu planejamento, creio que a sensação de estranheza refletia outra sensação: a de ter varrido a frustração de nunca ter começado.


Dados:

Empresa aérea: Gol Transportes Aéreos S.A.
A opção mais barata dentre as empresas que fazer esse percurso. Detalhe: é mais barato o trecho Recife/Buenos Aires do que Recife/São Paulo, ironia das ironias, uma das minhas escalas.

Albergues da Juventude

Hostel Che lagarto
Dentre as várias opções de albergues, essa foi a que aliava os melhores preços, boa localização, boas indicações e descontos para próximas hospedagens em hostels da mesma rede. A primeira opção era o Milhouse, também muito indicado, mas já se encontrava lotado. Já havia feito a reserva do Brasil para evitar contratempos.

Mar Sem Fim - Amir Klink (Leitura de Vôo)
A viagem de Amyr Klink ao redor do mundo através da rota mais complicada e perigosa: circunavegando a Antártica.

Artigo sobre medo de viajar de avião

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