domingo, 21 de março de 2010

Mochilão 2008 - Dia 16

Despedida

Acordei com uma ressaca inconveniente. Esfreguei os olhos algumas vezes e pensava naquele último dia. Além da ressaca da bebida também vinha a ressaca do término da viagem, tudo aquilo terminaria naquele dia e estaria eu de volta a minha rotina de trabalho. Virei o rosto e vi uma menina trocando de roupa bem despreocupada, apenas de roupas de baixo escolhendo o que vestir. Me levantei calmamente mas olhando para o lado contrário para que ela não entendesse que eu a estava olhando, porém a vergonha que eu imaginei que ela sentiria não existia. Ela veio em minha direção e me cumprimentou tranquilamente, voltando para perto de sua mochila e terminando de escolher as roupas. Ela era espanhola e se chamava Gema Iriarte. Trabalhava como garçonete na Espanha e, com o dinheiro que juntava, batia perna pelo mundo sempre que possível. Parecia ser muito espontânea e divertida. Tomei um banho, arrumei algumas coisas da mochila e desci do quarto.
Perguntei ao Nico, rapaz da recepção, alguma programação legal para se fazer naquele dia. Logo me lembrou que era dia da feira de San Telmo, domingo: “Poxa, como poderia ter esquecido” pensei. Tomei o destino da rua e sai para ver a feira de forma mais plena. Ver a feira pela segunda vez me fez vê-la melhor. Andei calmamente pela rua principal parando no numero cada vez maior de barracas para admirar as diferentes bugigangas e quinquilharias. Foi mais interessante do que da primeira vez e de certa forma me deixava mais aliviado da minha ressaca de fim de viagem. Aproveitei para comprar as lembranças que queria: camisas, alguns quadros engraçados... nas andanças, dentro de um galpão, havia um grupo de tango eletrônico chamada Tanghetto o qual troquei algumas idéias e comprei seus CDs, utilizando os reais que sobrara já que essa altura do campeonato os pesos já estavam no fim. Andei bastante, me diverti com as estátuas vivas, cantores de rua e demais artistas. Voltei para o hostel mais tranqüilo e aliviado. Naquele passei vi o quanto eu já estava íntimo de Buenos Aires. A cidade realmente havia me cativado e poderia morar tranquilamente nela.
De volta o Nico me disse que um italiano iria para o aeroporto no mesmo horário que o meu. Arrumei minha bagagem e fiquei a esperar por ele no saguão. Havia algumas pessoas conversando inclusive a Gema, de sorriso largo, humor sempre elevado e agora com trajes menos sumários, além de dois rapazes de origem hispânica e uma inglesa. Logo chegou o Giapo Harlock, um italiano com mais de 30 anos, calvo e de fala tranqüila. Troquei uma idéia com ele sobre os horários da ida e combinamos de pegar um taxi em comum. Somando o Giapo ao grupo que estava no saguão, conversamos um pouco e combinamos todos de almoçar em um restaurante do lado do hostel. Nunca imaginei que logo no último dia faria novas amizades. Fomos almoçar e o diálogo era um pouco complicado. A inglesa só falava inglês, os hispânicos e a Gema só falavam espanhol, porém esta última arranhava no inglês. Apenas eu e o Giapo que falávamos as duas línguas. Vez por outra falávamos a mesma coisa nas duas línguas para universalizar as piadas e os diálogos. Foi um almoço muito divertido, principalmente por parte da Gema que era muitíssima engraçada e morríamos de rir com suas historias e jeito espontâneo de falar as coisas. Apressei o Giapo pois a hora do vôo já estava próximo.
Voltamos para o hostel e fui pegar as malas, fiz o check-out, e fiquei conversando com o pessoal no hall esperando o Giapo descer com suas malas. Eu já estava preocupado com o horário e procurei apressá-lo, pois ele estava mais calmo já que seu horário do vôo era depois do meu. Despedi-me dos novos amigos como se fossem antigos conhecidos, principalmente da Gema que havia cativado a todos. Também me despedi do Nico e do hostel de maneira mais nostálgica. Peguei seus contatos e segui para o taxi.
Eu e o Giapo conversamos muito no caminho para o aeroporto, principalmente sobre música. Eu falei do Tanghetto e ele contou que havia comprado discos de outra banda: o Bajo Tango, que ouvi em seu Ipod. À medida que o tempo passava eu ficava mais nervoso, pois ia chegar no aeroporto a quase 1 hora do vôo, não tive nem tempo de me despedir da paisagem da janela. Perto de chegar vi que não teria dinheiro para pagar a minha parte do taxi (nem pensem que eu queria dar um calote no pobre do italiano) e combinei de sacar alguns pesos no aeroporto. Nossa, eu estava muito tenso por causa do horário e desci as pressas para fazer o check-in da bagagem. Ao chegar ao balcão, fui informado que o mesmo já havia se encerrado. Putz... como isso só aumentava minha tensão, e a viagem que até ali estava dando certa (com exceção dos vinhos), teria um final trágico. Pedi para abrirem uma exceção, fiz cara do gato de botas do filme Shrek e deu certo: uma outra moça do balcão, que falava português, pegou a minha bagagem e despachou-a. Corri para o caixa para sacar dinheiro e o mesmo estava com uma fila imensa. Fui tentar trocar os reais por pesos e também não adiantou, pois a casa de cambio estava fechada. Paguei a taxa de uso do aeroporto e fui falar com o Giapo que estava na fila para fazer o check-in da sua mala. Eu, muito nervoso, perguntei se ele aceitaria a parte dele em reais, e expliquei os percalços que tive. Ele, muito simpaticamente, disse que não precisava e que estava tudo bem. Perguntei mais uma vez mas o mesmo disse que não era necessário e que não tinha problema. Agradeci muito e sai em direção ao embarque, entrei no avião e segui de volta para a minha terra.
Ainda era dia e a decolagem foi tranqüila, a vista aérea era fantástica e o por do sol da janela do avião completava a nostalgia do retorno para casa, apenas as turbulências que sempre insistiam em guinar meu medo de vôo. A volta foi mais tranqüila que a ida, apenas uma conexão em São Paulo e uma ligada para meus pais para dizer que estava a caminho, muito mais rápido que a vinda. Naquela altura do campeonato era estranho ouvir várias vozes em português ao meu redor. A chegada foi legal, rever a família e no dia seguinte voltar à rotina de trabalho. Tudo como eu havia deixado antes? Talvez não. Algumas coisas mudaram principalmente eu. O homem que volta de uma viagem não é o mesmo que foi para ela, como já dizia o saudoso Che Guevara, e naquele momento eu não tinha dúvidas disso.

Mochilão 2008 - Dia 15

Retorno de sentimentos contraditórios

Acordei e fui logo terminar de arrumas as coisas. O Luan insistentemente pedia que eu não fosse pois aquele dia seria a festa de 4 anos do hostel, e viriam mochileiros de todos os hostels para a festa. Não queria arriscar, até então a viagem estava dando certo sendo bem amarrada como estava. Dessa vez não levei a mochila para perambular pela cidade, experiência essa que havia ocasionado o baita estralo nas de dias atrás, mas deixei-a no hostel enquanto caminharia pela cidade antes da hora de ir ao aeroporto. Sai pela cidade para me despedir de seu cotidiano e de sua rotina. Parada para visitar o Palacio de la moneda e a Plaza de las armas com mais detalhes, segui para o mercado de Santiago para dar uma volta como não havia dando antes. Caminhei entre as tendas de crustáceos e demais iguarias, olhar atento a vida do mercado e suas nuâncias. No meio da caminhada o que vejo: um freezer com o refrigerante Crush, clássico oitencetista brasileiro, aqui em Santiago vendia com o mesmo nome e logomarca. Comprei para ver se o sabor era o mesmo, porém não era. Coincidências a parte eu estava com uma camisa com a logomarca desse refrigerante, que comprava em Recife, talvez isso justificasse alguns olhares estranhos direcionados a camisa por parte de algumas pessoas que cruzavam comigo. Segui minha caminhada e guardei a lata para levar ao Brasil de recordação. Segui para o museu de arte pré-colombiana de Santiago, fiz uma visita rápida para conhecer artigos das culturas maias, incas e astecas do continente latino-americano - interessante visita. Desci mais um pouco para um dos poucos lugares que havia separado com muito carinho para visitar. Única sugestão que levei mais a cargo do livro “viajar é o maior barato” que tenho a tempos em minha biblioteca particular e nunca havia utilizado, o Ricón de los canallas, é um restaurante que existe desde os tempos da ditadura e era ponto de encontro de um grupo de amigos para discussões políticas que poderiam não agradar a Pinochet no período em que o mesmo governava o país a mão de ferro. Ao bater na porta se ouvia-se do outro lado alguém perguntando: “Canalla??” e a resposta era das mas diversas. Hoje, um restaurante que respira nostalgia e espontaneidade, com suas paredes recheadas de recados de turistas do mundo todo, seja escritos em cartões de visita, guardanapos, ate mesmo em cuecas, todos grampeados nas paredes e nos tetos. Mas não só pela nostalgia do lugar que eu cheguei lá, o livro também falava de uma deliciosa costela. Cheguei antes do horário de abertura, mas a simpática dona fez uma exceção para mim e logo adentrei ao recinto. Sentei meio tímido e pedi a costela. Olhava as paredes cheia de recados imaginando o quanto de pessoas já tinham ido lá e mergulhado naquele ambiente nascido da espontaneidade de seus donos. Idealizadores seria uma palavra equivocada para aplicar aos donos de um recinto nascido fruto da naturalidade de suas brincadeiras e aspirações. Comi a costela acompanhada, pela primeira vez em 15 dias, de arroz. Estava sentindo falta dessa iguaria, porém o feijão teria que aguardar mais um pouco. Escrevi um recado que deixara na parede do hostel, no ticket de embarque do meu vôo para Buenos Aires, e fixei na parede. Me despedi dos donos e segui meu rumo.
Voltei para o hostel para pegar a minha mochila, era chegada a hora de ir ao aeroporto. Quem estava no hostel era a Daniela que havia me recebido no hostel e agora se despedia de mim com a mesma simpatia. Segui de ônibus e cheguei no aeroporto cedo para não correr riscos, mas ainda estava super preocupado com o envio dos vinhos cujos mesmo foram embalados com muito cuidado e diversas recomendações foram dadas a mulher do check-in que etiquetou com a mensagem “frágil” a mala separada para eles. Apenas o vinho branco e os piscos ficaram na mochila principal pois se viessem a quebrar, não manchariam as roupas. Rodei o aeroporto todo, fiz hora e entrei na sala de embarque. Liguei para saber da minha mãe e, para terminar o cartão telefônico, liguei para minha amiga clara, para contar da viagem. Os últimos pesos chilenos gastei em uma lan house e alguns doces. Por coincidência tinha um rapaz que estava no hostel que pegou o mesmo vôo que eu para Buenos Aires. Conversamos um pouco e, dada a hora, entramos na aeronave.
Fantástica a vista da cordilheira dos Andes do alto. 7 horas de ônibus agora cabiam em uma pequena janela do Airbus, com direito a vista para o Aconcágua, ponto mais alto das Américas. Os primeiros minutos de vôo eram fantásticos, seguido do por do sol e de escuridão nos minutos finais. Apenas uma hora e meia de vôo e algumas turbulências separavam as duas capitais sulamericanas.
Chegando a Buenos Aires, logo troquei idéias com o colega de hostel que estava no mesmo vôo, combinamos de rachar um taxi e ele, que não tinha hostel certo ainda, iria ao Che lagarto comigo para ver se tinha vaga. Legal o comentário dele assim que pisamos em solo portenho:
- Basta pisar sair de Santiago que você começa a ver bunda!
Realmente as chilenas eram desprovidas de beleza facial e corporal, em geral eram feias de tudo. As argentinas e colombianas eram as mais bonitas. As brasileiras, sou suspeito para falar.
A espera pelas malas, para mim, é sempre uma tortura. Medo de ter as malas desviadas e, nesse caso, ter as garrafas de vinhos quebradas atormentavam a minha cabeça. Depois de muitas malas girando na esteira o pior aconteceu: a mala dos vinhos estava rodeada de uma grande mancha de vinho, minha expressão facial não era das melhores. Peguei a mala e abri-a com cuidado, cacos e mais cacos de vidro misturados com o vinho espalhado e pingando no piso do aeroporto, nossa fiquei furioso. Perguntava aos funcionários como isso poderia ter acontecido se eu havia colocado “frágil” na mala mas as expressões eram sempre de “infelizmente aconteceu”. Joguei todo o vidro no lixo do banheiro, lavei a maleta e a toalha que estava enrolada nos vinhos e guardei tudo na mochila. Apenas 2 garrafas haviam sobrevivido ao massacre e guardei elas na mochila também, depois de devidamente lavadas. Seguimos para pegar um taxi e fomos ao Che lagarto. Expressava minha frustração em forma de reclamações constantes ao longo do trajeto, não havia outra forma de ficar mais decepcionado com uma coisa que eu pensei desde o começo da viagem, mas que na prática não havia feito muito. Vi que por mais que eu tivesse envolvido as garrafas nada escaparia de um arremesso preciso e descuidado dos maleiros do aeroporto.
A chegada ao hostel foi muito legal. Por um momento havia esquecido o problema dos vinhos e estava a reencontrar varias pessoas de algumas semanas atrás. O Martin estava lá com sua “boludeza” trabalhando no bar, o pessoal da recepção, os noruegueses que foram para o 69 Club, muitas caras conhecidas que me recebiam com festa e cuja retribuição era a altura. Muito legal rever a turma, ou melhor, parte dela, como sempre bebendo nos inícios de noite do hostel. Fiz meu check-in, mas infelizmente não tinha mais vagas para o meu amigo que veio de Santiago, que teve que pegar um taxi para outro hostel e procurar uma vaga. Acomodei as coisas e liguei para marcela, havia marcado de sair naquela noite com ela, coisa que não tinha acontecido a 1 semana atrás devida a sua viagem. Tomei um banho de gato já que a toalha estava ensopada de vinho e fiquei no pub do hostel bebendo com a turma e conversando até marcela chegar.
Depois de um tempo, chegaram marcela e seus amigos, seguimos rua abaixo para o Museum, mas antes parei no armazém que sempre tomava uma quando voltava das bebedeiras de uma semana antes, para falar com o dono. Ele também se lembrava de mim e disse que aquela era a minha última noite em Buenos Aires, contei rapidamente da minha viagem e nos despedimos. Gente muito boa. Chegamos no museus porém o show que estava rolando já havia terminado. Fomos para um bar perto da Praça de San Telmo, bem boêmio e aconchegante, do jeito que gosto. Bebemos bastante e conversamos muito. Interessante como meu espanhol estava fluente, creio que o álcool ajudava, mas eu conversava bem com os amigos de marcela. Um deles chegou até a questionar o fato de Marcela ter dito que eu não falava espanhol, e realmente eu não falava, mas era legal essa surpresa não só dele como minha também, em ver que meu espanhol estava bastante afinado. Ficamos um bom tempo lá e depois fomos para um bar mais dançante um pouco mais afastado. Alguns amigos de Marcela voltaram pra casa e ficamos em menor grupo nesse bar. O mesmo se chamava [nome do bar] e era super legal. Bem movimentado, as pessoas bebiam na sua maioria de pé e tocavam bandas em um palco no térreo, porém no horário que chegamos apenas estava tocando musica de playback. Conversamos muito nessa noite e bebemos muito também. Tomei mais da tekila sunrice a qual havia aprendido a gostar no Museum. Saímos tarde da noite, cada um para o seu destino Marcela em um taxi para Olivos e eu para San Telmo, de volta ao Che Lagarto. Mais uma despedida, só que essa era mais difícil. Marcela era uma super amiga e saberia que não a viria em breve.
Fui para o hostel muito “boracho”. Não me lembro bem como cheguei, mas cheguei bem. Dormi o último sono da minha viagem e agora definitivamente ela tinha chegado à sua reta final.

Mochilão 2008 - Dia 14

Atividade não turística

Acordei ainda cansado da viagem e do vinho do dia anterior, mas ainda sim me levantei cedo. Sai do quarto sorrateiramente e deu de cara com um som muito comum a mim, mas não onde eu estava: programa do mução. Para quem não conhece, o programa do mução é um programa de rádio, humorístico, muito famoso no nordeste brasileiro onde o personagem prega várias peças por telefone nos ouvintes. Mas como estaria ouvindo isso em Santiago?? O Luan estava na recepção e ouvindo o programa de forma atenta pela radio UOL. Mundo pequeno esse.
O dia de hoje talvez nem merecesse ser relatado, na verdade pode ser contado de forma mais sumária possível. Ao planejar as férias, como forma de aprendizado e, porque não, barganhar uma melhor flexibilidade para me cederem as férias, prometi visitar a filial do Chile da empresa. Programação profissional, não-turística e que não viria ao caso no relato da viagem, não irei me alongar.
Havia combinado antes da viagem e mesmo quando chegara em Santiago com um brasileiro que trabalha na Dânica Chile, e que ficou de me buscar no hostel pela manhã, e assim o fez. Fomos a empresa que fica em uma área industrial de Santiago, mais afastado da cidade, e lá conheci a planta fabril e todos os processos e particularidades da empresa. Falei com o pessoal do departamento de projetos, o qual eu era integrante na planta onde trabalhava, para aprender mais. Almoçamos fora e conversamos bastante sobre diversos assuntos. O legal disso era saber sobre várias particularidades do Chile da boca de alguém que era brasileiro e morava lá. Apesar de uma malha viária impecável, o Chile não possui fábrica de carros, todos são importados em sua maioria do Brasil e da Coréia. O mais interessante é que, devido aos baixos impostos, os carros importados do Brasil eram mais baratos do que os comprados no Brasil. É onde você vê que o governo brasileiro ganha muito em cima desses tributos. Os terremotos faziam parte da rotina da capital chilena, como de toda área próxima a cordilheira. Em um intervalo aproximado de 8 meses se sentia pequenos tremores. O funcionário em questão havia comprado uma casa em um condomínio de luxo ao pé da cordilheira, fugindo do apartamento anterior por medo dos abalos sísmicos e me levou para conhecê-la. Condomínio muito grandioso e muito luxuoso, casinhas singelas e simpáticas, lugar no qual eu nunca moraria, mas gosto é o tipo de coisa inerente a cada ser humano. Após algumas conversas e fotos, ele me levou para a estação de metrô mais próxima e nos despedimos. Dia interessante para o meu eu profissional, mas pouco interessante do ponto de vista turístico. Não que não tenha valido a pena, valeu sim e muito.
A volta para o hostel foi um pouco triste. A viagem estava chegando ao fim e no dia seguinte eu estaria em processo de retorno ao Brasil. Pegaria um vôo para Buenos Aires e, no dia seguinte, para Recife. Procurei dar mais uma volta no centro da cidade e ver o cotidiano, como de costume. Artistas de rua, pessoas voltando do trabalho, o palacio de la Moneda iluminado.... horário não muito seguro como havia ouvido mas não liguei. Passei no supermercado de sempre para comprar algumas coisas e voltei para o hostel. O Marc estava na sala de estar vendo “o senhor dos aneis – O retorno do rei” na TV a cabo junto com outros turistas e sentei-me para ver e conversar um pouco. Decidi tomar mais uma das garrafas de vinho que havia trazido de Mendoza e terminar o baita saco de batatas que comprei a dias atrás. Chegou nesse dia um brasileiro no hostel chamado Ricardo Aranha, que havia tirado férias e decidiu, de sopetão, pegar um avião, ir a Santiago e decidir o que fazer depois de pisar em solo chileno. Conversamos os três na sala de estar, vendo “prision Break” e um filme chileno chamado “la frontera” que o Marc havia comprado. Interessante como todos falam bem dessa série Prision Break, e como o Marc também falava bem da série, sendo ele um estudante de cinema e teoricamente vacinado de modismos cinematográficos norte americanos, fiquei imensamente curioso em ver a série toda, em outra oportunidade claro. Chegando o cansaço, era chegada à última noite minha no hostel, e conseqüentemente em Santiago. No dia seguinte começaria a peregrinação de volta para casa e todo o dia seria dedicado ao retorno, com exceção de algumas atividades simples.

Dados:

Empresa: Danica
Serie: Prision Break
Filme: La Frontera