domingo, 21 de março de 2010

Mochilão 2008 - Dia 14

Atividade não turística

Acordei ainda cansado da viagem e do vinho do dia anterior, mas ainda sim me levantei cedo. Sai do quarto sorrateiramente e deu de cara com um som muito comum a mim, mas não onde eu estava: programa do mução. Para quem não conhece, o programa do mução é um programa de rádio, humorístico, muito famoso no nordeste brasileiro onde o personagem prega várias peças por telefone nos ouvintes. Mas como estaria ouvindo isso em Santiago?? O Luan estava na recepção e ouvindo o programa de forma atenta pela radio UOL. Mundo pequeno esse.
O dia de hoje talvez nem merecesse ser relatado, na verdade pode ser contado de forma mais sumária possível. Ao planejar as férias, como forma de aprendizado e, porque não, barganhar uma melhor flexibilidade para me cederem as férias, prometi visitar a filial do Chile da empresa. Programação profissional, não-turística e que não viria ao caso no relato da viagem, não irei me alongar.
Havia combinado antes da viagem e mesmo quando chegara em Santiago com um brasileiro que trabalha na Dânica Chile, e que ficou de me buscar no hostel pela manhã, e assim o fez. Fomos a empresa que fica em uma área industrial de Santiago, mais afastado da cidade, e lá conheci a planta fabril e todos os processos e particularidades da empresa. Falei com o pessoal do departamento de projetos, o qual eu era integrante na planta onde trabalhava, para aprender mais. Almoçamos fora e conversamos bastante sobre diversos assuntos. O legal disso era saber sobre várias particularidades do Chile da boca de alguém que era brasileiro e morava lá. Apesar de uma malha viária impecável, o Chile não possui fábrica de carros, todos são importados em sua maioria do Brasil e da Coréia. O mais interessante é que, devido aos baixos impostos, os carros importados do Brasil eram mais baratos do que os comprados no Brasil. É onde você vê que o governo brasileiro ganha muito em cima desses tributos. Os terremotos faziam parte da rotina da capital chilena, como de toda área próxima a cordilheira. Em um intervalo aproximado de 8 meses se sentia pequenos tremores. O funcionário em questão havia comprado uma casa em um condomínio de luxo ao pé da cordilheira, fugindo do apartamento anterior por medo dos abalos sísmicos e me levou para conhecê-la. Condomínio muito grandioso e muito luxuoso, casinhas singelas e simpáticas, lugar no qual eu nunca moraria, mas gosto é o tipo de coisa inerente a cada ser humano. Após algumas conversas e fotos, ele me levou para a estação de metrô mais próxima e nos despedimos. Dia interessante para o meu eu profissional, mas pouco interessante do ponto de vista turístico. Não que não tenha valido a pena, valeu sim e muito.
A volta para o hostel foi um pouco triste. A viagem estava chegando ao fim e no dia seguinte eu estaria em processo de retorno ao Brasil. Pegaria um vôo para Buenos Aires e, no dia seguinte, para Recife. Procurei dar mais uma volta no centro da cidade e ver o cotidiano, como de costume. Artistas de rua, pessoas voltando do trabalho, o palacio de la Moneda iluminado.... horário não muito seguro como havia ouvido mas não liguei. Passei no supermercado de sempre para comprar algumas coisas e voltei para o hostel. O Marc estava na sala de estar vendo “o senhor dos aneis – O retorno do rei” na TV a cabo junto com outros turistas e sentei-me para ver e conversar um pouco. Decidi tomar mais uma das garrafas de vinho que havia trazido de Mendoza e terminar o baita saco de batatas que comprei a dias atrás. Chegou nesse dia um brasileiro no hostel chamado Ricardo Aranha, que havia tirado férias e decidiu, de sopetão, pegar um avião, ir a Santiago e decidir o que fazer depois de pisar em solo chileno. Conversamos os três na sala de estar, vendo “prision Break” e um filme chileno chamado “la frontera” que o Marc havia comprado. Interessante como todos falam bem dessa série Prision Break, e como o Marc também falava bem da série, sendo ele um estudante de cinema e teoricamente vacinado de modismos cinematográficos norte americanos, fiquei imensamente curioso em ver a série toda, em outra oportunidade claro. Chegando o cansaço, era chegada à última noite minha no hostel, e conseqüentemente em Santiago. No dia seguinte começaria a peregrinação de volta para casa e todo o dia seria dedicado ao retorno, com exceção de algumas atividades simples.

Dados:

Empresa: Danica
Serie: Prision Break
Filme: La Frontera

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